Uma estrela do mar
de sete pontas, um misterioso polvo pálido e um novo tipo de caranguejo yeti
fazem parte do vital ecossistema descoberto no fundo marinho, perto da
Antártida, informaram cientistas britânicos.
As espécies,
detalhadas esta semana na revista on-line PloS Biology, foram vistas pela
primeira vez em 2010, quando os pesquisadores fizeram descer um veículo
robótico para explorar a cordilheira submarina Dorsal da Scotia Oriental, nas
profundezas do Oceano Atlântico Sul, entre a Antártida e o extremo da América
do Sul.
Nesta zona escura e
remota são encontrados os respiradouros hidrotérmicos, mananciais das
profundezas que jorram líquido a temperaturas de até 382ºC e nos quais foram
descobertas formas incomuns de vida em outras partes do mundo.
"Os
respiradouros hidrotermais abrigam animais que não são encontrados em
nenhuma outra parte do planeta, que obtêm sua energia não do sol, mas de
substâncias químicas, com o sulfeto de hidrogênio", disse o cientista
principal, Alex Rogers, da Universidade de Oxford.
"O primeiro
estudo destes respiradouros particulares no Oceano Atlântico Sul, perto da
Antártida, revelou um 'mundo perdido' quente e escuro, onde proliferam
comunidades inteiras de organismos marinhos desconhecidos", acrescentou.
Os respiradouros ou
fontes hidrotermais foram descobertos em 1977 nas Ilhas Galápagos.
As últimas
descobertas de vida submarina incluem vários tipos novos de anêmonas e um polvo
sem identificação, bem como um novo tipo de estrela do mar, avistadas
alimentando-se da fauna arredor dos respiradouros. Os peixes só foram avistados
na periferia das áreas quentes.
Os cientistas também
ficaram intrigados com o que não encontraram, como minhocas gigantes,
mexilhões, caranguejos, vôngoles e camarões vistos antes em outros
respiradouros de águas profundas nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.
A diferença de
espécies sugere que as condições geográficas da região tornam únicas certas
formas de vida, que não puderam migrar para outras partes do fundo marinho do
planeta.
"Estes
resultados são uma prova a mais da rica biodiversidade que se encontra em todos
os oceanos do mundo", disse Rogers.
"Onde quer que
olhemos, seja nos arrecifes de coral das águas tropicais iluminadas pelo sol ou
nos respiradouros da Antártida mergulhados em uma escuridão eterna, encontramos
ecossistemas únicos que temos que entender e proteger", acrescentou.
A pesquisa,
publicada na edição on-line da revista PLoS Biology, foi feita por cientistas
da Universidade de Oxford, da Universidade de Southampton e do British
Antarctic Survey.
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